O BINÔMIO
Certa vez, um professor na faculdade me disse: se duas coisas fossem a mesma coisa ,elas teriam o mesmo nome, e não dois nomes diferentes. Lembrei disso analisando as campanhas eleitorais deste ano, e vendo como se trata marketing político como se fosse sinônimo de marketing. Enganam-se no mais simples: são duas palavras, e não uma.
O marketing Político de uma campanha não pode ser entregue a amadores
Marketing político é o binômio que traduz uma soma: marketing mais política. Não é a simples aplicação das regras do marketing comercial. E se não é apenas roupagem publicitária, tampouco é somente obedecer ás leis da política, com suas nuances e lógicas que não podem ser transpostas diretamente para a arena do cidadão comum.
Assim como a coordenação política, a arrecadação financeira ou a chefia jurídica, o marketing político de uma campanha não pode ser entregue a amadores. Porque, por trás da aparente superficialidade, das pirotecnias visuais ou da crítica, deve haver muita construção de sentido, de subtexto e de contexto.
Para ficar apenas nas campanhas presidenciais, Dilma Rousseff fez marketing político do primeiro ao último dia. Na televisão e nas redes, forma e conteúdo se aliaram o tempo todo, um como suporte do outro. A cada programa, um show de imagens e de argumentos de mesa de bar. Um texto que fazia o eleitor acompanhar um raciocínio, uma visão de mundo, dando olhar crítico sobre o passado e um projeto de futuro ( não estou entrando no mérito), Já Marina Silva, sentindo-se ungida, negou o marketing. Exilou-se na sua maneira de ver a política, divulgando-a de forma seca e reta. Teve argumento, não teve forma.
Aécio Neves, após a morte de Eduardo Campos, foi para o canto do ringue apenas com o marketing, com programas corretos, mas assépticos. Refeito, abraçou a política, colocou-a no centro do tablado e, com ela, voltou ao jogo, amparado no verdadeiro marketing político. No segundo turno, quem usar melhor o binômio, vencerá.