Não sou
um "seguidor do deputado Bolsonaro" e, é óbvio, jamais assinaria qualquer
petição para tirar você da Veja, mas peço que você preste atenção a estas
explicações:
(1) Ao chamar o seu colega de "estuprador", sem a menor provocação, a deputada
Maria do Rosário lhe imputou caluniosamente uma conduta criminosa;
(2) Ela não o fez no calor de uma discussão, mas por iniciativa unilateral;
(3) Ela repetiu a acusação calma e friamente, ao responder "É sim" quando o
deputado lhe perguntou "Agora sou eu o estuprador?". Isso denota conduta
deliberada.
Em
resposta, tudo o que o ofendido fez foi uma piada de mau gosto.
Interpretar a coisa como apologia do estupro é logicamente inviável. Não creio
ser necessário lembrar que ele não disse que a colega MERECIA ser estuprada, o
que seria, sim, apologia do crime (aliás cometida pelo sr. Paulo Ghiraldelli
impunemente contra a apresentadora Raquel Scheherazade), mas disse que ela NÃO O
MERECIA, o que é uma observação sarcástica de ordem estética e nada mais --
injusta, no meu entender, já que a sra. Maria do Rosário não é tão feia assim.
O ato do sr. Bolsonaro inclui-se claramente nos dois tipos de atenuantes que a
lei brasileira admite para o crime de injúria (a) se a ofensa é emitida EM
REVIDE a uma ofensa anterior; (b) se é emitida IMEDIATAMENTE após a ofensa. A
conduta da sra. Maria do Rosário não tem atenuante nenhum, tem os agravantes de
deliberação e da ausência de provocação.
Não há o menor senso das proporções em nivelar a conduta dos dois, muito menos
em enxergar maior gravidade nas palavras do sr. Bolsonaro que nas da sra. Maria
do Rosário.
A inversão da escala de julgamento torna-se ainda mais intolerável quando se
conhece o contexto da discussão. O sr. Bolsonaro estava apresentando um projeto
de lei que pedia punições mais graves para os estupradores e reduzia o prazo de
maioridade penal de modo a que a punição pudesse atingir tipos como o Champinha,
um dos estupradores e assassinos mais cruéis que este país já conheceu. A sra.
Maria do Rosário, em contraposição, defendia privilégios legais para os
Champinhas da vida. As palavras que ela disse ao sr. Bolsonaro revelam um
esforço perverso de INVERTER o sentido dos acontecimentos, fazendo do sr.
Bolsonaro um apologista daquilo que ele combatia e ela protegia.
Sob qualquer ângulo que se examine, a investida geral da mídia contra o sr.
Bolsonaro está acobertando a conduta criminosa da sra. Maria do Rosário e
falsificando a realidade do que se passou.
P. S. - Dar às palavras do deputado Bolsonaro o sentido de que "estupro é
matéria de merecimento" é trasmutar um sarcasmo em afirmação literal e expressão
formal de um juízo de valor. Se aceitamos esse tipo de manipulação da linguagem
e ainda queremos fazer dele a base para uma condenação judicial, então fica
difícil criticar o mesmo expediente quando usado pelos petistas.