SOBRE
OPERAÇÃO CARTOLA
O
editor examinou até o início da madrugada desta quinta-feira todos os volumes do
inquérito 017/2010, mais conhecido como Operação Cartola, que resultou no cerco,
invasão e devassa nas instalações e equipamentos de oito prefeituras do RS.
. Não existe uma só razão objetiva que justifique as tropelias cometidas pelos
policiais e pelos procuradores do Ministério Público. Foi por isto que o juiz do
caso não aceitou o pedido de prisão preventiva dos 16 investigados, mesmo depois
de submetidos a grampos pelo Sistema Guardião, vigiados e fotografados pela
Polícia.
. Tudo começou e caminha até agora no gabinete do chefe do Ministério Público de
Contas, o procurador Geraldo Da Camino. No dia 3 de setembro do ano passado, á
tarde, ele registrou o depoimento do ex-chefe de gabinete do prefeito Roberto
Brum, no qual alinhou uma série de 18 denúncias contra a administração do PTB,
contra a agência de publicidade PPG e fornecedores da prefeitura de Alvorada.
Ele não indicou provas e nem testemunhas. O depoimento foi de Marcos Roberto
Caduri de Almeida, inconformado com a demissão imotivada. Durante cinco anos -
2005 a 2009 - Caduri de Almeida participou ou viu todas as malfeitorias que
denunciou, mas nunca moveu uma palha para impedi-las. Só falou depois de
demitido. Falou e repetiu seu depoimento até mesmo no inquérito policial.
No inquérito não foram ouvidas outras testemunhas.
. É o mesmo personagem oculto por sombra e que no domingo passado produziu uma
entrevista pirada para a RBS TV.
. Em junho deste ano, o auditor Gerson Fonseca disse à Polícia que Da Camino
consolidou a decisão de ir para cima da PPG depois da chamada Operação Mercari,
ao perceber que a SLM era paceira da PPG na administração da conta da
Assembléia.
. O caso só foi acelerado depois da posse do governador Tarso Genro. O dr. Da
Camino pediu inspeções extraordinárias na prefeitura de Alvorada e mesmo sem
denúncia alguma, fez o mesmo em relação as outras prefeituras atendidas pela
PPG: Caí, Parobé, Viamão, Osório, Cachorinha, Canela e Tramandaí. Em seguida
acompanhou as ações realizadas por 500 policiais nas oito prefeituras, o que só
ocorreu porque o governador Tarso Genro liberou a Operação Cartola.