Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE
Base: Outubro de 2015
Vendas no varejo sobem 0,6% em outubro
Período |
Varejo |
Varejo Ampliado |
||
Volume de vendas |
Receita nominal |
Volume de vendas |
Receita nominal |
|
Outubro/Setembro |
0,6 |
1,2 |
-0,1 |
0,4 |
Média móvel trimestral |
-0,2 |
0,5 |
-1,3 |
-0,6 |
Outubro 2015 / Outubro 2014 |
-5,6 |
3,3 |
-11,8 |
-4,3 |
Acumulado 2015 |
-3,6 |
3,5 |
-7,9 |
-1,4 |
Acumulado 12 meses |
-2,7 |
4,1 |
-6,8 |
-0,6 |
Em outubro de 2015, o volume de vendas no comércio varejista variou 0,6% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, resultado que interrompe oito meses de taxas negativas consecutivas, período que o varejo acumulou perda de 6,3%. Nessa mesma comparação, para receita na nominal de vendas, o aumento foi de 1,2% frente a setembro. Com esse resultado, a variação da média móvel para o volume mostrou redução do ritmo de queda, saindo de -0,9% em setembro para -0,2% em outubro, e acréscimo de 0,5% para receita nominal, após estabilidade observada desde abril de 2015. Nas demais comparações (séries sem ajuste sazonal), o varejo registrou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 5,6% em relação a outubro de 2014, sétima taxa negativa consecutiva nessa comparação, porém menos acentuada do que nos dois meses anteriores: setembro (-6,3%) e agosto (-6,9%). Assim, no acumulado dos dez primeiros meses do ano, o comércio varejista recuou 3,6% frente a igual período de 2014. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 3,3% sobre outubro/14 e 3,5% no acumulado do ano, respectivamente. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, com recuo de 2,7% em outubro de 2015, assinalou a perda mais intensa desde janeiro de 2004 (-2,9%) e manteve a trajetória descendente iniciada em julho de 2014 (4,3%). O comércio varejista ampliado, que, além do varejo, inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, praticamente fica estável na passagem de setembro para outubro (-0,1%), na série ajustada sazonalmente. Quanto à receita nominal, a variação de 0,4% foi registrada após dois meses em queda. Em relação a outubro de 2014, o varejo ampliado recuou 11,8% para o volume de vendas e de 4,3% na receita nominal de vendas. No que tange às taxas acumuladas, os resultados foram de -7,9% no ano e de -6,8% nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -1,4% e -0,6% para a receita nominal, respectivamente. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.
Cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram variação positiva
O avanço de 0,6% para o volume de vendas no varejo na passagem de setembro para outubro foi acompanhado do predomínio de taxas positivas, alcançando cinco das oito atividades pesquisadas, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,0%), tecidos, vestuário e calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%), os dois últimos com crescimento após recuos de 1,4% e 1,0%, respectivamente. Com taxas positivas, vale destacar também livros, jornais, revistas e papelaria (0,7%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%), que voltam a registrar avanço após sete recuos seguidos. Com decréscimo entre setembro e outubro figuram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,2%), combustíveis e lubrificantes (-2,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%). Considerando o comércio varejista ampliado, houve relativa estabilidade entre setembro e outubro (-0,1%) após dois meses de recuo. Esse resultado foi influenciado pela redução observada no ritmo de queda de veículos e motos, partes e peças (-0,9%), na comparação frente ao mês imediatamente anterior, ainda que material de construção (-2,9%) tenha ampliado o recuo comparado aos meses anteriores.
Na comparação com igual mês do ano anterior (série sem ajuste), o volume de vendas do varejo recuou 5,6% em outubro de 2015, com perfil generalizado de queda entre os seus segmentos. Outubro de 2015 (21 dias úteis) teve dois dias a menos do que igual mês do ano anterior (23 dias úteis). Entre as atividades, a de móveis e eletrodomésticos, com recuo de 16,1%, exerceu a maior influência negativa na formação da média das vendas no varejo, seguido por combustíveis e lubrificantes (-11,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,0%). Em outubro, o desempenho desses três setores juntos responde por 75,0% da taxa global do varejo. Os resultados, nas demais atividades, foram: tecidos, vestuário e calçados (-9,7%), livros, jornais, revistas e papelaria, (-9,5%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-25,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,4%).
TABELA 1
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO
VAREJISTA AMPLIADO
SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC - Outubro 2015
ATIVIDADES |
MÊS/MÊS ANTERIOR (1) |
MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR |
ACUMULADO |
|||||
Taxa de Variação |
Taxa de Variação |
Taxa de Variação |
||||||
AGO |
SET |
OUT |
AGO |
SET |
OUT |
NO ANO |
12 MESES |
|
COMÉRCIO VAREJISTA (2) |
-0,8 |
-0,3 |
0,6 |
-6,9 |
-6,3 |
-5,6 |
-3,6 |
-2,7 |
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-1,4 |
-0,8 |
-2,6 |
-7,1 |
-8,5 |
-11,4 |
-5,2 |
-4,1 |
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
-0,2 |
0,4 |
2,0 |
-4,8 |
-2,2 |
-0,3 |
-2,1 |
-1,9 |
2.1 - Super e hipermercados |
-0,3 |
0,5 |
1,4 |
-5,0 |
-2,1 |
-0,3 |
-2,0 |
-1,8 |
3 - Tecidos, vest. e calçados |
-2,4 |
-1,4 |
1,9 |
-13,7 |
-12,9 |
-9,7 |
-7,5 |
-6,0 |
4 - Móveis e eletrodomésticos |
-2,1 |
0,2 |
0,6 |
-18,6 |
-18,3 |
-16,1 |
-13,3 |
-10,8 |
4.1 - Móveis |
- |
- |
- |
-18,1 |
-23,2 |
-21,5 |
-15,5 |
-13,3 |
4.2 - Eletrodomésticos |
- |
- |
- |
-18,8 |
-16,0 |
-13,8 |
-12,3 |
-9,7 |
5 - Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria |
0,5 |
-1,0 |
1,5 |
1,1 |
-1,2 |
-0,4 |
3,1 |
3,8 |
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
-2,7 |
-1,4 |
0,7 |
-15,5 |
-14,8 |
-9,5 |
-9,6 |
-9,2 |
7 - Equip. e mat. para escritório informática e comunicação |
0,3 |
-2,5 |
-9,2 |
-7,3 |
-9,7 |
-25,9 |
0,6 |
1,8 |
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-0,6 |
-3,1 |
-0,6 |
-2,8 |
-7,0 |
-9,0 |
0,3 |
2,1 |
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3) |
-2,2 |
-1,6 |
-0,1 |
-9,6 |
-11,5 |
-11,8 |
-7,9 |
-6,8 |
9 - Veículos e motos, partes e peças |
-6,1 |
-4,2 |
-0,9 |
-15,6 |
-21,7 |
-23,9 |
-16,9 |
-15,4 |
10- Material de Construção |
-2,6 |
-1,7 |
-2,9 |
-9,2 |
-12,7 |
-15,7 |
-7,4 |
-6,3 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal. (2) O indicador do comércio varejista é composto
pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das
atividades numeradas de 1 a 10
A atividade de móveis e eletrodomésticos, com queda de 16,1% no volume de vendas em relação a outubro do ano passado, exerceu o maior impacto negativo na formação da taxa do varejo. Em termos acumulados, as variações do setor foram de -13,3% para os dez primeiros meses do ano e de -10,8% para os últimos 12 meses. Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, esses resultados abaixo da média foram influenciados pela elevação da variação da taxa de juros entre outubro de 2015 e outubro de 2014.
Combustíveis e lubrificantes, com queda de 11,4% no volume de vendas em relação a outubro de 2014, representou a segunda maior contribuição negativa no resultado total do varejo. Em termos acumulados, as taxas da atividade foram de -5,2% para os dez primeiros meses do ano e de -4,1% nos últimos 12 meses. Estes resultados, abaixo da média geral, foram influenciados, principalmente, pela alta de preços do principal produto que compõe a atividade, cuja variação superou a inflação.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos, etc., apresentou recuo de 9,0% no volume de vendas em outubro com relação a igual mês do ano anterior, terceiro resultado negativo nessa comparação, sendo responsável pela terceira maior influência na taxa global do varejo. No que se refere aos indicadores acumulados, as variações são positivas: 0,3% no período de janeiro a outubro, e de 2,1% nos últimos 12 meses. O recente desempenho negativo desta atividade reflete a redução do poder de consumo das famílias, consequência da queda real da renda entre outubro de 2014 e outubro de 2015.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo variou -0,3% frente a outubro de 2014, nona taxa negativa nessa comparação, porém menos acentuada do que nos dois meses anteriores, setembro (-2,2%) e agosto (-4,8%). Isso ocorre, mesmo com os preços dos alimentos ficando acima do índice geral no período de 12 meses. A essencialidade dos produtos comercializados nesse setor é o principal fator que explica o desempenho acima da média deste segmento. Os resultados da atividade, em termos de acumulados nos dez primeiros meses do ano, foi de -2,1% e nos últimos 12 meses, de -1,9%.
O setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, obteve recuo de 25,9% no volume de vendas em outubro, quarta queda consecutiva e a maior da série histórica dessa atividade. Ainda assim, as taxas acumuladas foram de: 0,6% no ano e 1,8% nos últimos 12 meses. Os últimos resultados negativos refletem não só o quadro de redução de renda real e elevação dos juros, como também, especialmente para informática, um processo de migração dos computadores de mesa para equipamentos de maior portabilidade, tais como tablets e smartphones.
TABELA 3
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - OUTUBRO 2015
(Indicadores de volume de vendas)
Atividades |
COMÉRCIO VAREJISTA |
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO |
||
Taxa de variação (%) |
Composição absoluta da taxa (p.p.) |
Taxa de variação (%) |
Composição absoluta da taxa (p.p.) |
|
Taxa Global |
-5,6 |
-5,6 |
-11,8 |
-11,8 |
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-11,4 |
-1,3 |
-11,4 |
-0,7 |
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
-0,3 |
-0,1 |
-0,3 |
-0,1 |
3 - Tecidos, vest. e calçados |
-9,7 |
-0,7 |
-9,7 |
-0,4 |
4 - Móveis e eletrodomésticos |
-16,1 |
-1,9 |
-16,1 |
-1,2 |
5 - Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria |
-0,4 |
0,0 |
-0,4 |
0,0 |
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
-9,5 |
-0,4 |
-9,5 |
-0,3 |
7 - Equip. e mat. para escritório informática e comunicação |
-25,9 |
-0,1 |
-25,9 |
0,0 |
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-9,0 |
-1,0 |
-9,0 |
-0,6 |
9 - Veículos e motos, partes e peças |
- |
- |
-23,9 |
-6,9 |
10- Material de Construção |
- |
- |
-15,7 |
-1,5 |
Fonte:
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota: A
composiçaõ da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na
formação da taxa global.
Varejo ampliado cai 11,8% na comparação com outubro de 2014
O comércio varejista ampliado, que agrega o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, ficou praticamente estável (-0,1%) em relação ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal para o volume de vendas, enquanto que, para a receita nominal, a taxa ficou em 0,4%. A relativa estabilidade no patamar do volume de vendas na passagem de setembro para outubro reflete, sobretudo, o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que apresentou taxa de -0,9%, menor do que a observada em setembro (-4,2%) e agosto (-6,1%). O segmento de vendas de material de construção registrou recuo de -2,9% na mesma comparação.
No confronto com outubro de 2014 (sem ajuste sazonal), as variações foram de -11,8% para o volume de vendas e de -4,3% para a receita nominal. No volume de vendas, as taxas acumuladas foram de -7,9% no ano e de -6,8% nos últimos 12 meses, com a receita nominal registrando variações de -1,4% e -0,6%, respectivamente. Veículos, motos, partes e peças (-23,9%) e material de construção (-15,7%) ampliaram, em outubro, a queda nas vendas em relação ao mês anterior, -21,7% e -12,7%, respectivamente.
Resultados do varejo foram positivos em 21 das 27 unidades da federação
Na passagem de setembro para outubro de 2015, série com ajuste sazonal, as vendas no varejo foram positivas para 21 das 27 Unidades da Federação, com as maiores taxas de variação sendo observadas no Ceará (3,5%) e no Rio Grande do Norte (2,1%). Por outro lado, Tocantins e Espírito Santo, ambos com variação de -0,8%, foram os estados com recuos mais acentuados nessa comparação.
Frente a outubro de 2014 (série sem ajuste sazonal), o comércio varejista registrou queda em todos os 27 estados para o volume de vendas, com destaque em termos de magnitude para Amapá (20,9%) e Paraíba (17,9%). Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se São Paulo (-3,3%), Rio de Janeiro (-4,4%), Santa Catarina (-7,7%) e Rio Grande do Sul (-6,6%).
Também no comércio varejista ampliado, todas as 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas na comparação com outubro do ano passado. Em termos de volume de vendas, destacaram-se Tocantins com 27,2%, Maranhão (-23,5%), Espírito Santo (-23,3%) e Goiás (-23,2%). O estado com maior impacto negativo foi Rio de Janeiro (-13,9%).