Há apenas quatro meses, não daria para imaginar ver sentados em torno da mesma mesa a governadora Yeda Crusius e os prefeitos do PT de Canoas, Esteio, Sapucaia, Gravataí, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapiranga, mais os prefeitos de Porto Alegre (PMDB), Campo Bom (PP) e Cachoeirinha (PSB), todos para acertar um protocolo de intenções destinado a implantar uma rodovia privada, pedagiada, 42 quilômetros, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, correndo paralelamente à BR-116, pelo lado esquerdo.


. Há apenas quatro meses, os Partidos da maior parte dos prefeitos, o PT e o PSB, queriam porque queriam cassar o mandato de Yeda.
 

. Pois a reunião saiu nesta quinta-feira no Centro Administrativo Fernando Ferrari.


. A rodovia será a primeira PPP (Parceria Público Privada) da ára rodoviária do Estado. Ela exigirá investimentos de R$ 715 milhões. Os empreendedores privados ainda não foram definidos. Eles recuperarão o dinheiro investidos através da cobrança de pedágio. A Rodovia do Parque, lançada com festa pelo governo Lula, destinada a cumprir o mesmo trajeto, mas pelo lado direito, custará R$ 820 milhões, mas terá apenas 20 quilômetros. A obra não sai do lugar. Ela custará quatro vezes mais caro do que a Estrada do Progresso.
 

. Em apenas dois anos, o primeiro trecho de 12 quilômetros será entregue, em quatro serão entregues mais 15 quilômetros e o restante estará concluído em 12 anos.


- A Rodovia do Progresso, que é como se chamará a ERS-010, também desmascara o factóide que é a Rodovia do Parque, a estrada federal que o PAC 1 quer construir ao lado da BR-116, entre Porto Alegre e Sapiranga, mas que mal saiu do lugar. Os que não quiserem pagar os pedágios da Estrada do Progresso, poderão sofrer nas mãos da BR-116 ou aguardar que em algum momento deste século fique pronta a Rodovia do Parque. O ato desta qiuinta-feira também demonstra a mudança de postura e de conteúdo do PT, porque há apenas oito anos, no governo Olívio, tudo que cheirasse a privatização de rodovias era demonizado. Olívio foi eleito sob a consigna de que "Brito é o pedágio e Olívio é o caminho". Esta consigna foi desmoralizada ontem em Porto Alegre. Como se percebe, o RS precisou de 250 anos para se unir, desde que os primeiros "petistas" obstaculizaram toda forma de entendimento em torno de objetivos estratégicos maiores para a implementação de medidas destinadas a modernizar, fortalecer e trazer o progresso ao Estado.