HONDURAS: CERIMÔNIA DE POSSE DO NOVO PRESIDENTE!
1. A cerimônia de posse ocorreu no Estádio Nacional de Futebol, para 30 mil
pessoas, totalmente cheio. Na apresentação das delegações e nos discursos de
posse do presidente Pepe Lobo, foram estrepitosamente vaiados o presidente
da República Dominicana, o embaixador dos EUA em Honduras e OEA.
Parcialmente vaiado o presidente da Costa Rica, aplaudida e vaiada ao citar
seu nome, Hilary Clinton. Aplausos demorados ao presidente do Panamá e ao
vice-presidente da Colômbia.
2. A cerimônia é longa. Os prefeitos das capitais dos departamentos entram
do outro lado do estádio e circulam pelo anel do campo. O presidente da
câmara de deputados, a mesa diretora e os líderes dos partidos idem. O
Presidente do STJ e o procurador geral também. Todos fortemente aplaudidos.
O presidente da Câmara de Deputados (45 anos) fez um curto discurso saudando
a democracia. Foi feito um ato religioso pelo Bispo Auxiliar em frente ao
palco do presidente (das delegações, dos presidentes dos poderes, etc.).
Depois falaram 3 representantes da sociedade. Uma presidenta de uma ONG
pacifista; depois um pastor evangélico hondurenho que tem sua igreja nos
EUA, que pediu para todos se darem as mãos e ouvir sua oração. Um sucesso.
Hoje, Honduras tem entre 30% e 35% de evangélicos. Finalmente o diretor
técnico da seleção de futebol classificada para a Copa do Mundo, que por
sinal, é colombiano.
3. Honduras tem 3 vice-presidentes que são chamados de "designados à
presidência". Feitos os juramentos, usou da palavra o presidente eleito que
em suas citações e referências procurou ser o mais abrangente, mostrando
estar aberto aos países que ainda não completaram sua avaliação, assim como
a OEA. O presidente Micheletti não foi ao estádio e não foi citado.
Políticos locais avaliam que isso foi bem analisado de forma a mostrar que
era uma transição superada.
4. O presidente assinou no ato, a Lei de Anistia aprovada na madrugada
anterior e a lei do Plano da Nação, ao qual subscreve: "portanto,
execute-se" e assina. A lei de anistia só inclui os problemas políticos, o
que deixa Zelaya parcialmente fora dela.
5. Seu discurso, na parte dos compromissos, enfatizou fortemente a questão
social (as 600 mil famílias que serão inscritas num programa de renda
mínima, a questão da fome, do emprego...). Citou dados de concentração da
renda de 1982 (20% mais pobres, só tinham 3% da renda nacional) e disse que
esses dados não melhoraram.
6. Fez um chamamento aos professores públicos para que se somem ao governo,
num programa amplo. Disse que é um absurdo as escolas particulares terem 200
dias de aulas no ano e as públicas só 100 dias de aulas. Disse que segurança
pública é uma prioridade, mas deve priorizar a violência nos bairros pobres.
Falou do combate à corrupção e de uma justiça rápida.
7. Irá encaminhar com urgência a "Lei de Proteção e Garantias ao Capital
Estrangeiro".
8. Terminou, fazendo em jipão do exército, uma revista das tropas. A Polícia
Nacional é igualada às Forças Armadas e são assim 4 efetivos, perfilados. O
Brasil só não esteve ausente porque o desfile dos jatos militares foi um
desfile dos aviões Tucanos, brasileiros.