Crescimento da inadimplência do consumidor em janeiro é o maior desde julho de 2002, revela Serasa Experian
Apesar da alta, a comparação mensal, janeiro sobre dezembro, apresentou queda de 3,3%. O recuo revela que a inadimplência está sob controle
São Paulo, 9 de fevereiro de 2011 – A inadimplência dos brasileiros em janeiro de 2011, em relação ao mesmo mês do ano passado, registrou aumento de 24,8%, o maior crescimento anual desde julho de 2002, aponta o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Apesar da alta, a relação mensal – janeiro/2011 sobre dezembro/2010, apresentou queda de 3,3%. O recuo e o cenário econômico revelam que a inadimplência está sob controle.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o crescimento da inadimplência, de 24,8%, na comparação entre os meses de janeiro, é resultado da expansão do endividamento dos consumidores, que cresceu acentuadamente durante todo o ano passado. Por outro lado, o recuo registrado entre janeiro de 2011 e dezembro de 2010, de 3,3%, mostra que a inadimplência do consumidor não conta com a mesma aceleração dos meses anteriores (foram oito altas mensais seguidas entre maio e dezembro de 2010).
Na decomposição do indicador, os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pelo recuo do índice mensal, com queda de 13,4% e contribuição negativa de 1,7%. A inadimplência não bancária (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica e água), as dívidas com os bancos e os títulos protestados também contribuíram negativamente com 0,6%, 0,8% e 0,2%, respectivamente, para o recuo do indicador, veja tabela abaixo:
Decomposição do Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor Janeiro/2011 x Dezembro/2010 |
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Dívidas não bancárias |
Bancos |
Protestos |
Cheques |
Total |
Variação |
-1,6% |
-1,7% |
-13,1% |
-13,4% |
-3,3% |
Peso |
38,0% |
47,9% |
1,7% |
12,4% |
100,0% |
Contribuição |
-0,6% |
-0,8% |
-0,2% |
-1,7% |
-3,3% |
Fonte: Serasa Experian
Cai o valor médio das dívidas bancárias
Em janeiro de 2011, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 8,2%, representando a única modalidade com variação negativa. Já os cheques sem fundos, os títulos protestados e as dívidas não bancárias tiveram crescimento de 6,9%, 13,3% e 7,1%, respectivamente, veja tabela abaixo:
Modalidades de Inadimplência |
Valor médio das dívidas Jan/10 |
Valor médio das dívidas Jan/11 |
Variação |
Dívidas com os Bancos |
R$ 1.395,96 |
R$ 1.281,12 |
-8,2% |
Cheques sem Fundos |
R$ 1.164,53 |
R$ 1.245,34 |
6,9% |
Títulos Protestados |
R$ 1.032,63 |
R$ 1.170,09 |
13,3% |
Dívidas não Bancárias |
R$ 370,55 |
R$ 396,77 |
7,1% |
Fonte: Serasa Experian
O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. Considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos e dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica, água, telefonia etc.) em todo o país. Por levar em conta o inadimplemento das pessoas físicas nas mais diversas modalidades, e não apenas dentro do sistema financeiro, o índice da Serasa Experian consegue capturar movimentos cíclicos de inadimplência, que, muitas vezes, revelam ocorrências que vão se manifestar dentro do sistema bancário dentro de 6 a 12 meses.