A economia chinesa acaba de registrar, no primeiro trimestre de
2015 (anualizado), seu menor ritmo de crescimento em seis anos.
Os 7% de crescimento chinês podem parecer muito para nós
brasileiros, cuja economia está em recessão, mas são
preocupantes para um PIB que cresceu em média 10% ao ano nas
últimas três décadas.
Há um esgotamento do modelo de crescimento chinês.
Antes fortemente voltado para as exportações, o mesmo, desde a
crise de 2008, não encontrou mais no mercado externo o ritmo
necessário para fomentar suas bases. Assim, teve de voltar os
esforços para a economia interna.
Como?
Via estímulos à demanda interna e concessão de crédito
irrestrito. Mas parece um tanto claro que a economia local está
desacelerando, não?
Utilizando o sinal acima do mercado imobiliário, existem relatos
de mais de 500 cidades-fantasma na China, e de um estoque de
aproximadamente 64 milhões de moradias vazias atualmente.
Pior que, no meio da desaceleração econômica chinesa, a conta
ficou...
Sob o chamariz do excesso de liquidez e dos juros baixos,
companhias de mercados emergentes (de países com moeda fraca)
lançaram aproximadamente US$ 9 trilhões em títulos de dívida
entre 2009 e 2014.
Enquanto isso, a emissão de dívida corporativa para projetos de
exploração de petróleo, neste intervalo, remonta a US$ 5
trilhões.
Com a queda pela metade do preço do petróleo e a disparada do
dólar, o risco de um colapso dos títulos de dívida corporativa
(somente no caso acima, da ordem de US$ 14 trilhões) é
substancial:
“É uma pilha de US$ 14 trilhões de dívida de empresas que não
pode, eventualmente, ser paga ou rolada nas condições econômicas
atuais. Se a taxa de inadimplência for da ordem de 10% - uma
hipótese conservadora - esse colapso da dívida corporativa já
será seis vezes maior do que as perdas com a crise imobiliária
americana de 2007-2008.”
Alertou o ex-agente da CIA Jim Rickards, autor do best seller
“Currency Wars”, que recentemente foi ao Senado dos EUA alertar
para o fato de o Federal Reserve estar em posição de
insolvência.
A caixa preta chinesa
Voltando ao iminente colapso chinês, se os recordes da Bolsa
local não encontram respaldo nos fundamentos da economia, talvez
encontrem no gráfico abaixo: |