PANAMÁ: ELEIÇÃO CONTRARIA TODAS AS TEORIAS ELEITORAIS! ATENÇÃO BRASIL!
            
1. A economia crescendo a taxas de 8% e 9%. Um programa de bolsas com a mais ampla diversidade. A altíssima popularidade do presidente. Obras para todos os lados. Abundantes recursos financeiros por apoio dos contratistas. Contratado no Brasil, João Santana, o marqueteiro mais prestigiado da América Latina e com aval de Lula.
            
2. Não havendo reeleição, o presidente compõe a chapa com sua esposa como candidata a vice-presidente. A vantagem financeira pode ser medida pela liberdade para comprar tempo na TV durante a campanha.
            
3. A campanha abre com o candidato do presidente liderando com folga..., e assim fica. Seu mais próximo adversário era o candidato do PRD –que detinha a prefeitura da Capital-, e tradição de centro-esquerda. A região metropolitana da capital tem 50% dos eleitores. O PRD é um partido de muito maior tradição que os novatos –Cambio Democrático e Panamenense –do presidente e de seu vice-candidato.
            
4. E por falar em vice, passada a metade do mandato, a antecipação do processo eleitoral leva o presidente Martineli a romper com o vice, Varela, que era assumidamente candidato a presidente. Sem máquina e sem estrutura, era natural que –num sistema de voto distrital –uninominal e plurinominal- não contasse com capilaridade e força de seus candidatos a deputado (num regime unicameral).
            
5. Venceu o vice, Varela com 39% dos votos. Seus deputados eleitos alcançaram apenas 18% dos votos. Os deputados do governo tiveram 40% e do PRD 36%. A impulsão de Varela, saindo do terceiro lugar para o segundo e o primeiro, ocorreu nos últimos dias de campanha. E a ultrapassagem por margem ampla só nos últimos 4 dias, quando a divulgação das pesquisas estava proibida.
            
6. Foi um fenômeno de opinião pública, uma espécie de reação espalhada contra o abuso do poder econômico do governo a favor de seu candidato, empinando a curva de crescimento da candidatura de Varela.
            
7. No comitê de campanha de Varela, no hotel Sheraton, quando já estava clara a sustentação da diferença, havia uma palavra de ordem que ressonava e explicava a onda que o levou à vitória. Em uníssono, a grande quantidade de militantes presentes repetia: Ô Gente! O Panamá não se vende!
            
8. Que fiquem todos atentos no Brasil agora em 2014, com um clima pré-construído de rejeição ao abuso do poder econômico na política, que nenhuma pesquisa garantirá nada se um candidato nos degraus mais baixos tiver uma intenção de voto com capacidade de multiplicar, por exemplo, algo próximo a 10%, a mais ou a menos, e representar a rejeição ao abuso do poder econômico.