O STRIKE ATINGIU
AMPLAMENTE A CÚPULA POLÍTICA DO PT, QUE JUSTIFICA COMO
“EXPROPRIAÇÕES”!
1. A nota oficial do PT
e as declarações de Lula na CUT após a prisão do senador Delcídio
Amaral mostraram de forma transparente que prevalece a “moral
revolucionária” da clandestinidade. Delcídio Amaral expropriou para
benefício próprio e isso é inadmissível nessa lógica. Os demais
expropriaram (?) para a “causa”, para o fortalecimento do partido.
2. No mensalão e no
petrolão, a lista dos expropriadores é abrangente e atingiu e
continua atingindo a cúpula do PT. Os ex-presidentes do PT, José
Dirceu e José Genoíno. O ex-tesoureiro Delubio Soares e o atual João
Vacari Neto. O ex-presidente da Câmara de Deputados, João Paulo
Cunha e agora o líder do governo e poderoso presidente da Comissão
de Economia e Finanças do Senado, central para as medidas de ajuste
fiscal, acumuladas pelo Senador Delcídio Amaral.
3. O comportamento de
Delubio Soares em seus depoimentos na CPI dos Correios e nas
entrevistas foi considerado exemplar pelo PT. A tudo respondia com o
mesmo slogan: “são recursos não contabilizados”. Em nenhum momento a
cobertura de seus depoimentos traçou uma linha de conexão com a
origem ilícita, tipo propinas, destes recursos não contabilizados.
4. Os empresários
condenados o foram pela cobertura dada aos recursos usados no
mensalão, mas não pela origem ilícita dos mesmos. Ou seja,
confirmando que eram recursos não contabilizados usados para comprar
o voto de deputados e, nesse sentido, os crimes imputados, lavagem
de dinheiro, formação de quadrilha, etc.
5. Nenhum dos dirigentes
do PT presos e condenados no mensalão, em nenhum momento pensaram em
qualquer coisa parecida a delação premiada. O delator premiado no
mensalão, segundo se sabe, foi o doleiro de boa parte daquele
processo. Nenhum empresário, nenhum político. Aliás, nenhuma das
delações feitas por políticos de outros partidos que não o PT (como
a que deu origem ao mensalão) usou o instrumento legal da delação
premiada. Foram críticas aos critérios da partilha.
6. No petróleo, o quadro
é muito mais abrangente, com provas acumuladas, escutas autorizadas,
buscas e apreensões, dezenas de delações premiadas, inclusive de
conglomerados econômicos, etc., e uma flagrante e comprovada origem
ilícita de bilhões de reais desviados através das atividades da
Petrobras.
7. A exemplo de Delubio
Soares, João Vacari se manteve firme sem entregar nada nem ninguém
do PT e adaptando a tese de Delubio. Agora diz que todos os recursos
foram aplicados no financiamento do PT e de suas campanhas e
registrados legalmente para análise dos tribunais eleitorais. De
origem..., nada.
8. Em nenhum caso, desde
o deputado José Dirceu, o PT tomou qualquer iniciativa de expulsão
de seus quadros. Tratam-se de ações de expropriação e não de
enriquecimento pessoal. Essa é a justificativa interna. Mas surgiu o
caso do senador Delcídio Amaral, em que gravações reconhecidas por
ele, feitas pelo filho de um diretor da Petrobras, deixaram claro
que os recursos amealhados não tinham destino político.
9. Na lógica da “moral
revolucionária”, todos os companheiros foram poupados pelo PT e
Lula. Menos o senador e líder do governo, o senador Delcídio Amaral.
Para o público interno, originário na chamada esquerda
revolucionária, o argumento serve. Mas para o público interno e
externo, é corrupção mesmo, e com dinheiro público e não por
assaltos a bancos e a caixas pagadoras privadas como expropriações,
que têm origem na segunda metade do século XIX.
10. Agora aguarda-se que
o senador Delcídio Amaral faça uma delação premiada e mostre que o
enriquecimento pessoal não é apenas o seu. Aliás, se há
enriquecimento de parentes próximos (filhos, esposas, genros, noras,
etc.) é claro que se trata de enriquecimento pessoal, e o PT deveria
dar mesmo tratamento que a Delcídio. Talvez, outra diferença seja
que Delcídio não é da velha guarda do PT.
* * *
MONOPÓLIO DO PCC
DERRUBA HOMICÍDIOS EM S. PAULO!
(Folha de SP, 29) 1. "As
mudanças na organização do tráfico de drogas em São Paulo, com o
monopólio do PCC [Primeiro Comando da Capital], promoveram a redução
de mortes entre jovens de periferia, grupo em que houve a queda mais
significativa", afirma Luís Flávio Sapori, ex-secretário-adjunto da
Segurança Pública de MG e professor da PUC de Minas. "O PCC estancou
a guerra entre grupos rivais e implementou autocontrole entre
criminosos", diz André Zanetic, do NEV (Núcleo de Estudos da
Violência) da USP. "Estudos apontam que mortes consideradas injustas
passaram a ser punidas em tribunais do crime", diz.
2. De acordo com Ignácio
Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, "a política de
segurança paulista não é tão diferente de outras" para justificar,
sozinha, a totalidade da queda de homicídios. "Há etnografias que
mostram que o PCC retirou armas de bocas de fumo e criou um modelo
menos violento de tráfico", diz. Para Renato Sérgio de Lima,
vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apesar de
relevante, a participação do PCC na diminuição dos homicídios não
passa, no entanto, de 17% da queda no índice.
3. Homicídios dolosos
até outubro de cada ano por 100 mil habitantes: 2001: 32,55/ 2002:
30,51/ 2003: 27,85 / 2004: 21,98 / 2005: 17,56 / 2006: 14,86 / 2007:
11,83 / 2008: 10,64 / 2009: 10,85 / 2010: 10,18 / 2011: 10,08 /
2012: 11,53 / 2013: 10,5 / 2014: 10,06 / 2015: 8.94
4. (Ex-Blog) Em palestra
na Associação Comercial de São Paulo, anos atrás, e em artigos mais
recentes, Cesar Maia, além do monopólio do PCC para explicar a forte
queda de homicídios em S. Paulo, ainda agregou o deslocamento do
corredor de exportação de cocaína para o Nordeste, com o respectivo
aumento da taxa de homicídios. |